domingo, abril 15, 2007

O Jogo da Vida


As pessoas ficam divagando se existe Destino ou tudo é uma questão de livre-arbítrio, tal como nestes dois extremos situassem as únicas explicações possíveis e imagináveis para entender a existência humana .

A verdade é que seria contraditório supor que temos liberdade total se é fácil constatar o quanto é mais que comum fazermos de nossa vida aquilo que não desejamos bem como também seria paradoxal julgar que todo evento é resultado de uma fatalidade quando somos ao mesmo tempo capazes de anteceder ao rumo dos acontecimentos.

O que nos impele a concluir que deve existir uma terceira via entre Destino e livre-arbítrio que seria representada pelo campo das possibilidades envolvidas por detrás de cada acontecimento, onde fica claro que algumas coisas em nossas vidas seriam frutos de contingências além de qualquer controle enquanto outros fatores por outro lado estariam a mercê de nossa vontade para como em um gatilho suceder um desencadeamento de eventos causais.

Eis o campo da ´´possibilidade´´ onde diante de um conjunto de eventos e circunstancias já postos diante de nós como cenário temos todo um corpo de decisões a serem tomadas no sentido de determinar qual linha de ação será assumida.

Numa analogia no caso de programas de jogos por computador existem 03 variáveis de opções a que chamam os programadores sinteticamente de ´´se´´, ´´ou se´´ e ´´caso contrário se´´ ( 'if', 'and if' e 'else if') onde ao final é possível de antemão determinar os várias linhas de ação que o jogador poderá usar até atingir os objetivos.

Veja que o jogador percorre todo o cenário feito pelo programador na velocidade que suas aptidões e vontade assim permitirem, porém, seja lá como jogue tudo está vinculado a cumprir o objetivo maior de cumprir as tarefas para pular de fase até finalmente ganhar o jogo.

Claro e evidente que no caso da existência humana variáveis são bem maiores, mas sejam quais forem é fácil deduzir que não são de número infinito na medida em que limitações são pré-definidas ( seja de caráter físico propriamente, tabus culturais, características de personalidade, situação sócio-econômica e etc ).

Deste modo , existe um universo de opções possíveis e em cada qual gera uma certa ordem de eventos decorrentes que vão ocasionar outra série de alternativas que vão ter de ser objeto de uma nova decisão e assim por diante, observando que os campos de alternativa de linha de ação vão se reduzindo gradualmente diante de nós até que derradeiramente não sobre nada e sobrevenha a morte física.

Indagariam se existe objetivo no ´´jogo da existência humana´´? Óbvio que sim, a saber auto-preservação e perpetuação da espécie de um lado mais biológico determinista e por outro no que tange a parcela nossa de liberdade de cada dia existe a perspectiva de fazer cumprir desejos e buscar satisfação com isso .

Diria melhor como conclusão que somos livres na medida exata para ser possível escolher nosso próprio destino e condenados nesta liberdade exercida a cumprir nossas decisões, sob pena seja de não torna-las eficazes ou em extremo ficarmos vítima do rumo dos acontecimentos.

domingo, abril 01, 2007

Caindo as Máscaras



Indaga o leitor que se esconde sob o manto do anonimato : ´´Hoje em dia com a internet é possível ter uma vida virtual. Essa vida ajuda na alienação ou ajudar num possível discernimento dos dias atuais ?´´ Ouvindo isto, Mefisto larga o joystick e coloca em pause o game que jogava em seu Playstation 3 para depois falar :


Digo-te que a idéia de ´´virtualidade´´ é anterior ao surgimento da internet e mesmo ouso dizer que este conceito acompanha a Humana desde do seu inicio na exata medida em que faz uso de ´´máscaras´´ para se inter-relacionar socialmente. A Verdade passa ao longe entre seres humanos....

Aliás, falar em ´´máscaras´´ talvez dê uma incorreta perspectiva de como o processo todo funciona, pois dá a falsa impressão de que ao buscar aparentar o que não somos usemos de disfarçes para nos ocultar aos olhos dos demais. Não é bem isso, diria no lugar que algo tão automático e institintivo como faz um camaleão ao mudar a cor de sua pele para confundir-se com o ambiente.

Muitos dizem, por exemplo, eu SOU um advogado, eu SOU filho de Fulano de tal, eu SOU solteiro, eu SOU um sofredor, eu SOU pobre, eu SOU ignorante, eu SOU feio e etc . Ocorre que em tudo isto não está definido o que uma pessoa é em sua essência e sim indica o estado em que se situa ( muitas vezes de maneira precária e provisoria ) Numa anologia é como o camaleão achasse que é uma das folhas da árvore pelo fato de estar na mesma cor delas, o que é um óbvio absurdo só que é algo corriqueiro de ocupar a mente de todos sem maiores reflexões.

Por conta disto em verdade vos digo que nenhum ser humano tem exata noção de quem ele seja como ser cônscio, confundindo-se invariavelmente com aquilo que faz, sente ou deseja como sendo a definição do que ele seja em sua essência. Ocorre que de fato a sua profissão não define quem seja você, nem a condição de ser filho de quem quer que seja, tampouco saber mais ou menos de certo assunto e por ai vai.


Muitos caem ainda na bobagem de ostentar posses e propriedades para definir o seu próprio valor como pessoa, ignorando que se isto é mesmo verdade então é forçoso concluir que aquela criatura tola se nivelou a categoria de objetos inanimados ou bem fez os mesmos existencialmente ficassem no mesmo plano que seres humanos!!! - De toda maneira se nem nada aquilo que uma pessoa possue ou luta para adquirir não define quem ela seja, o que então terá este encargo?!?!

Eis que o fio da meada vai se desenrolando e quanto mais o puxamos vemos que gradualmente confundimos sombras com os objetos que elas projetam. Em tudo constatamos que estamos defronte de uma ´´realidade virtualizada´´ em sua concepção pela própria mente humana onde ao final aquilo que julgamos como sendo ´´eu´´é total e absolutamente ilusório.

As máscaras cairam, a luz dissipou todas as sombras, o silêncio se faz e todos penduricalhos que carregamos são despidos. Lá estamos nós, desprovidos de toda e qualquer coisa que venha trazer externamente a ´´definição´´ do que somos nós. O que vemos? Nada!
WebPost Contador!