Os amantes

Eis que mais um Dia dos Namorados é passado e com ele ocorre a vinculação de um fenômeno mais que interessante : é data onde a maior parte dos relacionamentos amorosos termina !

Realmente tirando o Dia dos Namorados depois só mesmo Ano-Novo ou celebração de aniversário de namoro são datas, mesmo sem invocar qualquer epifania premonitória, onde dá para saber que aquele relacionamento afetivo cambaleante e cheio de dramas dignos de uma novela das oito ocorre enorme risco de terminar.

Parece uma afirmação cínica , só que a verdade por detrás disto esta a constatação que a limitada mente humana gosta de colocar uma ordem aparente na caótica sucessão de eventos e mais ainda busca dar um sentido meio que ´´transcendental´´ a esta ou aquela data quando na verdade na sucessão geral dos acontecimentos nada de especial há salvo no tocante de estarmos vivos ou não.

O mesmo dá nos relacionamentos, onde mesmo no alto do Século XXI existe um cultivo irracional aos ideais do amor romantico pelo lado da maior parte das mulheres apesar de apelarem por igualdade de direito, conquistas profissionais e etc e em outro extremo vemos homens indecisos de qual papel ocupar neste mundo confuso de regramento social em que dependendo do contexto uma mesma atitude pode ser louvada ou totalmente execrada como machismo ou coisa pior .

Fora isto está a motivação torpe de buscar o relacionamento por um temor absurdo da solidão, tal como fosse possível ser feliz ao lado de quem quer que seja se ao mesmo tempo patinamos na auto-estima. Sim, porque se não gostamos de nós mesmo, quem conseguirá tal feito em nosso lugar?!? Nunca !

Ocorre que todas estas incongruências são colocadas as claras justamente quando acontecem certas datas representativas da suposta permanencia e perenidade de um relacionamento, tal como o são o Dia dos Namorados, Aniversário de Namoro e Ano-Novo , na medida em que revelam o ´´peso´´ de sua manutenção em decorrência da passagem do tempo e geram a ansiedade em relação ao futuro que fica sendo encarado como uma mera continuação daquela rotina ´´amorosa´´ tão tortuosa.