domingo, abril 01, 2007

Caindo as Máscaras



Indaga o leitor que se esconde sob o manto do anonimato : ´´Hoje em dia com a internet é possível ter uma vida virtual. Essa vida ajuda na alienação ou ajudar num possível discernimento dos dias atuais ?´´ Ouvindo isto, Mefisto larga o joystick e coloca em pause o game que jogava em seu Playstation 3 para depois falar :


Digo-te que a idéia de ´´virtualidade´´ é anterior ao surgimento da internet e mesmo ouso dizer que este conceito acompanha a Humana desde do seu inicio na exata medida em que faz uso de ´´máscaras´´ para se inter-relacionar socialmente. A Verdade passa ao longe entre seres humanos....

Aliás, falar em ´´máscaras´´ talvez dê uma incorreta perspectiva de como o processo todo funciona, pois dá a falsa impressão de que ao buscar aparentar o que não somos usemos de disfarçes para nos ocultar aos olhos dos demais. Não é bem isso, diria no lugar que algo tão automático e institintivo como faz um camaleão ao mudar a cor de sua pele para confundir-se com o ambiente.

Muitos dizem, por exemplo, eu SOU um advogado, eu SOU filho de Fulano de tal, eu SOU solteiro, eu SOU um sofredor, eu SOU pobre, eu SOU ignorante, eu SOU feio e etc . Ocorre que em tudo isto não está definido o que uma pessoa é em sua essência e sim indica o estado em que se situa ( muitas vezes de maneira precária e provisoria ) Numa anologia é como o camaleão achasse que é uma das folhas da árvore pelo fato de estar na mesma cor delas, o que é um óbvio absurdo só que é algo corriqueiro de ocupar a mente de todos sem maiores reflexões.

Por conta disto em verdade vos digo que nenhum ser humano tem exata noção de quem ele seja como ser cônscio, confundindo-se invariavelmente com aquilo que faz, sente ou deseja como sendo a definição do que ele seja em sua essência. Ocorre que de fato a sua profissão não define quem seja você, nem a condição de ser filho de quem quer que seja, tampouco saber mais ou menos de certo assunto e por ai vai.


Muitos caem ainda na bobagem de ostentar posses e propriedades para definir o seu próprio valor como pessoa, ignorando que se isto é mesmo verdade então é forçoso concluir que aquela criatura tola se nivelou a categoria de objetos inanimados ou bem fez os mesmos existencialmente ficassem no mesmo plano que seres humanos!!! - De toda maneira se nem nada aquilo que uma pessoa possue ou luta para adquirir não define quem ela seja, o que então terá este encargo?!?!

Eis que o fio da meada vai se desenrolando e quanto mais o puxamos vemos que gradualmente confundimos sombras com os objetos que elas projetam. Em tudo constatamos que estamos defronte de uma ´´realidade virtualizada´´ em sua concepção pela própria mente humana onde ao final aquilo que julgamos como sendo ´´eu´´é total e absolutamente ilusório.

As máscaras cairam, a luz dissipou todas as sombras, o silêncio se faz e todos penduricalhos que carregamos são despidos. Lá estamos nós, desprovidos de toda e qualquer coisa que venha trazer externamente a ´´definição´´ do que somos nós. O que vemos? Nada!
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