domingo, setembro 06, 2009

A real face da violência


Vamos a um pequeno exercício de imaginação : Imagine uma linda floresta onde para você atravessar existem apenas dois caminhos que em todos os aspectos são iguais, não envolvendo maior ganho ou perda aparente escolher uma trilha em relação a outra.

Na fiel guarda de cada uma destas trilhas existe um cão dobermann de porte gigantesco firmemente preso pela coleira a um poste fincado ao chão.

Não há alternativa para contornar estes cães, nem atalhos para chegar a outro lado da floresta e é de suma importância que a atravesse. Você tem que seguir adiante, não há escolha.

Os cães parecem irmãos gêmeos, só que há uma diferença para lá de óbvia entre eles, a saber enquanto um dos cães não pára de latir e fazer menção de atacar quem chega perto o outro está tranqüilo sentado no chão com ar que chega a ser bonachão e convidativo para fazerem um afago.

É claro que é preciso levar em consideração a atitude de cada um dos cães, analisando qual deles apresenta menor risco, para depois escolher o caminho que vai decidir trilhar. A pergunta que faço é qual dos cães você decide escolher para enfrentar?

O que não parece tão óbvio é que o animal que se coloca latindo muito provavelmente está reagindo assim por estar com medo de você e não pelo motivo dele ser mais ´corajoso´. Talvez ele até recue ao seu avanço no limite que permite a corrente presa a sua coleira, sendo mais caso dar o espaço necessário e evitar movimentos mais bruscos que possam ser entendidos pelo cão como ameaça.

Agora aquele outro cão, tão simpático e tranqüilo, este sim representa um grande um risco seja pelo fato que não vai tomar o devido cuidado e vai chegar mais perto do que devia ou em razão de que você ao tentar fazer um pequeno agrado nele é bem certo que o animal vá entender isto como ameaça.

Prova de quanto a primeira impressão pode ser enganadora na determinação de reais riscos bem como também a sua maneira de reagir pode ser o fator responsável preponderante para que uma situação de perigo ocorra.

Talvez isto cause espanto só que digo com nenhuma margem de dúvida, mesmo como todo verniz civilizatório e desenvolvimento evolutivo do ser humano face a um cão, conduta ostensivamente de ameaçadora que alguns assumem nem sempre é indicadora que há lá um risco e paradoxalmente de onde parece não existir risco pode dali surgir margem de atitudes brutais.

Sabe aquelas pessoas ´esporrentas´, cheias de atitude , gestos expansivos e voz sempre num tom mais alto do que o ambiente exige? Estas são iguais aquele cão do exemplo da historieta que criei que fica rosnando e latindo feito louco para quem chega perto.

Agora aquele gente que pauta pelo silêncio, sempre tão cordatas, sorridentes e até excessivamente gentis? Estas são o outro cão que mencionei, o animal que você nem percebe chega mais perto com as defesas abaixadas e sem esperar que nada de mal saia dali.

Você sem perceber tem mais cautela no agir com o ´esporrento´do que o outro tipo e ao fazer isto pode acreditar que aos poucos nem vai mais ficar preocupado em trata-lo direito já que imagina estar aquela pessoa acostumada a ´engolir sapos´ e sempre é muito tranquila no trato.

Aí que está leitor, você agindo da maneira que descrevo está criando um monstro, pois aquele sujeito ´simpaticão´ funciona como uma panela de pressão e vai acumulando até o nível do insuportável toda sorte de frustração. Creia-me um belo dia isto não vai terminar bem e você estará bem perto em situação de risco já que nem está com consciência do perigo ...
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